“Corona vairus” e o mar de memes

A cada grande evento mundial, o Brasil é líder incontestável de memes, aquelas piadas repetidas via internet. Com a pandemia do coronavírus, não está sendo diferente. E eles não são de todo ruim. Eu, inclusive, gosto muito. Os últimos filmes que vi foi justamente por não entender os memes que apareciam com cenas dali.

Com grande parte da população dentro de casa e muita gente com tempo livre, os memes, vídeos engraçados e piadas diversas pipocaram. Eu passo o dia recebendo centenas no grupo do trabalho, da família, dos amigos e nas timelines das redes sociais. Mas, vem cá: Receber meme ajuda a gente a se sentir menos isolado? Você ri um pouco, até muito de alguns, mas meme não substitui um bom e velho telefonema. Meme não supera uma vídeo-chamada.

Essa dica de substituir um meme por contato pessoal eu peguei na live da última sexta-feira do Instituto Suassuna, quando os psicólogos Danilo Suassuna e Karla Cerávolo falaram sobre Saúde mental em tempos de pandemia. Seguindo os conselhos dos dois, além de mandar um meme, eu ligo, mando áudios e até levanto pra pentear o cabelo pra aparecer no vídeo. “Fale o que está sentindo, escute o outro.”, disse o Danilo. Isso sim pode nos aproximar.

Não estou conseguindo falar com todo mundo que quero. Continuo trabalhando, os horários e as vontades não batem sempre. Mas são essas chamadas que têm salvados meus dias. Rir com meu irmão que está em Natal. Ouvir minha amiga da Alemanha reclamar do frio. Meu amigo na Itália falar do futuro que nos aguarda.Tomar um vinho com as amigas do trabalho. Tentar (e não conseguir) ler um livro com minha afilhada. É assim que marco presença e agradeço a companhia de cada um. E você, vai ligar pra alguém hoje?

Por Danilo Suassuna.

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